Me pego pensando na minha trajetória e chego a conclusão que muitas vezes segui determinado caminho seguindo a minha intuição ou o que chamo de sinais do Universo. Eu chamo de sinal do Universo aquele acontecimento que nos guia em determinado momento ou ainda que de alguma forma indica o caminho a seguir.
Quem nunca em um momento de oração ou de reflexão pede uma resposta ao seu questionamento e espera um retorno?! E ele vem talvez através de algum acontecimento estranho ou algo que escutamos que só tem sentindo para nós e naquele momento.
Muitas pessoas ignoram esses sinais e eu por experiência própria aprendi a escutá-los cada vez mais. E porque faço isso?! Porque todas as vezes que ignorei minha intuição e não dei bola aos sinais, o resultado não foi positivo.
Eu acredito em destino, mas acredito também no livre árbitro de termos a chance de mudar o nosso destino e se não estivermos aberto aos sinais que o Universo nos dá ou não escutamos a nossa intuição o desvio do nosso destino pode ser definitivo e com um final triste.
Mas como saber se nossa intuição está certa?
Se estivermos confusos, angustiados e com raiva não vamos discernir o certo e o errado. Precisamos estar com os corações calmos para conseguir ouvir a nossa intuição.
Eu tenho a teoria que estamos todos interligados energeticamente nesse Universo. A nossa energia atrai pessoas com a mesma energia que a nossa. A nossa energia atrai também os acontecimentos da nossa vida. Já percebeu que quando não estamos bem, nada dá certo?!
Isso não nos exclui as adversidades da vida. A dor, o sofrimento e experiências negativas fazem parte da vida, servem para nos fazer crescer como seres humanos e amadurecer como pessoas.
Contudo manter uma postura positiva em relação a vida e principalmente pensamentos positivos limpa a nossa mente e nos sensibiliza para receber as mensagens do Universo e fazer as melhores escolhas para nossa vida. Alimentar a raiva ou ódio, nos cega. E ainda influencia o nosso pensamento e guia a nossa vida pelo caminho que talvez não seja aquele predestinado a nós.
Ter fé é um grande alicerce na nossa jornada. Fé em Deus(seja qual for o seu Deus e sua religião), fé na vida e fé em você mesmo! A fé nos move, nos conforta e nos da força para vencer as batalhas diárias da vida. Ter fé é ter esperança que dias melhores virão e que algo maior que nós está no controle de nossas vidas.
Eu tenho um mantra diário que certa vez escutei uma personalidade repetindo e adotei para minha vida. Ele diz o seguinte:
Confio ( Em Deus e na vida)
Entrego (A Deus a minha vida)
Aceito ( As adversidades da Vida)
Agradeço (A Deus a dádiva da vida)
Todos nos precisamos manter nossa fé e força, eu recorro a minha fé, esperança e a minha família para continuar de pé lutando. Você não precisa necessariamente seguir o mesmo caminho, contanto que o caminho que você escolha lhe dê paz e discernimento para escutar os sinais do Universo para encontrar o seu próprio Destino!
Termino esse texto com uma citação de Paulo Coelho:
“O guerreiro da luz conhece a importância de sua intuição.
No meio da batalha, ele não tem tempo para pensar nos golpes do inimigo – então usa seu instinto, e obedece ao seu anjo.
Nos tempos de paz, ele decifra os sinais que Deus lhe envia.
As pessoas dizem: “está louco”.
Ou então: “vive num mundo de fantasia”.
Ou ainda: “como pode confiar em coisas sem lógica?”
Mas o guerreiro sabe que a intuição é o alfabeto de Deus, e continua escutando o vento e falando com as estrelas.”
Segundo a Vogue, o Lanyard é o mais popular e mais estranho acessório do momento. Eu concordo!
Esse acessório nasceu em Milão, nos desfiles de Armani, Fendi e Versace, no intuito de oferecer uma outra forma de carregar a carteira e celular, talvez pensando nas grandes perdas dos mesmos, pois essa seria uma forma mais segura de carregar esses acessórios.
Apesar de mais seguro e muito prático, eu ainda não consigo visualizar os homens de hoje usando esse acessório. Mas achei super cool e inovador!
Acredito até que é uma ótima ideia para viajantes. Taí! Consigo visualizar os velhinhos usando o layard em viagens.
Mas vamos observar essa forte tendência nas ruas e ver se essa moda pega!
Nem naqueles sonhos mais extravagantes, daqueles que acordamos extasiados de felicidade, poderíamos ter imaginado uma festa como a de Edgardo Osorio da Aquazzura. E é nesse feeling de acabar de ter retornado de um sonho surreal que descrevo para vocês esse fim de semana inesquecível em Firenze, na Itália.
Edgardo Osorio, o maior e mais copiado designer de sapatos da atualidade, resolveu comemorar não só seus poucos trinta anos, mas também o estrondoso sucesso da sua marca de sapatos Aquazzura.
Ele se inspirou no inesquecível gala que a baronesa Marie-Hélène de Rothschild deu em dezembro de 1972, em seu Castelo de Ferrières, na França. E ele não decepcionou. Na verdade, os comentários de quem esteve em ambas as festas era que Edgardo havia superado a festa da Baronesa.
Na primeira noite, o tema era “Eccentric Jungle” e logo na entrada nos deparamos com uma decoração impecável no Palazzo Corsini, que nos transportava a uma selva. Edgardo e Ricardo D’Almeida Figueiredo, anfitriões da noite, nos esperavam na entrada com suas extravagantes fantasias e, a cada espaço, uma surpresa! Primeiro, um welcome drink e uma sala com samambaiais no teto, decoração com animal print entre os almofadões no chão e bancos largos de madeira espalhados nas laterais.
A parte mais marcante da festa eram os trajes e adereços de cabeça dos convidados, todos levaram a sério a solicitação do convite da festa: “DRESSCODE: COSTUME! TOO MUCH IS NEVER ENOUGH! NO EXCEPTIONS! GO WILD!” E foi os que os convidados fizeram! Destaque para o adereço extravagante de plumas rosas de Alejandra de Rojas.
Um quarto espaço foi aberto em seguida: o salão que foi servido o jantar. Nessa primeira noite, o jantar estaria disposto em forma de buffet self-service, muito bem elaborado, com iguarias locais e muito bem servido. Cadeiras nas laterais do salão foram estrategicamente posicionadas para que seus convidados pudessem usufruir o jantar melhor acomodados.
Após o jantar mais um salão se abriu. Dessa vez, passávamos por uma fonte antiga, que pertencia ao próprio Palazzo Corsini, muito bem iluminada, que serviu como parte marcante da decoração que nos guiava ao Dance Floor. Dançamos ali até as três horas da manhã, horário obrigatório de fechamento do Palazzo.
Se já não estivéssemos suficientemente impressionados com a impecabilidade da primeira festa, não podíamos imaginar ou sequer esperávamos que a segunda noite iria superar a primeira.
Na chegada da segunda noite de festa,“The Surrealist Ball” logo na porta, uma centena de curiosos e fotógrafos clicavam todos na entrada. O DRESSCODE da noite era: BLACK TIE, LONG DRESS AND SURREALIST HEADS.
A beleza e extravagância dos looks e headbands dos convidados foi o maior espetáculo deste primeiro momento da festa. Naty Abascal parou a festa ao chegar com um look Giambatista Valli, feito especialmente para a ocasião, e uma headband de tirar o fôlego.
Edgardo e Ricardo recepcionavam os convidados nessa área externa que foi criada no Palazzo Corsini para os welcome drinks!
Na entrada para o Palazzo, deuses gregos vestidos de anjos nos guiavam à entrada para o jantar. Na subida para o jantar, velas e uma iluminação azul (assim como os homens colocados ao lado dos corrimões da escada) nos guiavam até a sala de jantar.
A sala de jantar era “WOW”, maravilhosamente decorada com flores naturais e cristais barrocos nas mesas e nos tetos. Nada mais, nada menos que uma orquestra tocava durante o jantar. Estávamos todos maravilhados com tanta beleza e requinte. O jantar estava delicioso e, para nossa surpresa, indianos trazidos do Rajasthan circundaram as mesas com seus instrumentos musicais. A toda hora éramos surpreendidos!
Após o jantar, um novo espaço foi aberto com uma mesa de doces: como parte da decoração da mesa, uma sereia. E as surpresas não paravam de acontecer. A próxima sala a ser aberta foi o bubble room, onde uma fotógrafa tirava fotos dos convidados, que seriam entregues aos mesmos na saída da festa.
Ao lado da pista de dança, havia uma saída para um pequeno lounge externo com vista para Firenze e onde assistimos uma apresentação dos indianos trazidos do Rajasthan. A pista de dança guardava também outra sala secreta, pintada como o céu azul com estrelas e um aquário. Nessa sala ainda éramos recepcionados por uma lagosta gigante para tirar fotos. Essa foi outra grande surpresa de uma das salas preferidas para fotos.
O dance floor ferveu até as três da manhã, quando o anfitrião guiou um seleto grupo de amigos próximos para uma after party na sua casa, que iria até as nove da manhã.
A festa teve 450 convidados e em torno 250/300 estiveram presentes. Pessoas de grande importância na moda mundial e fortes nomes como Abascal, Faber-Castell, modelos da Victoria Secret, família Cavalli, entre outros, que deixaram a festa mais glamorosa e poderosa.
Entre os poucos convidados brasileiros estavam Alexandre Furmanovich, Marcela Scarpa Miranda Batista, Ana Paula Junqueira, Antônio Fragoso, Luiz Lacerda Soares, Carlos Souza (Embaixador Mundial da marca Valentino Garavani) e, da Bahia, apenas a estilista e empresária Gabriella Negromonte, amiga pessoal de Edgardo desde de 2003.
Todos os convidados da festa tiveram 30% de desconto nos sapatos Aquazzura e, durante o dia, a loja fervia e virava um espetáculo à parte! As convidadas fizeram questão de usar Aquazzura nas duas noites. Era um dresscode obrigatório, não requisitado!
A noite inteira os convidados suspiraram em êxtase com a beleza e extravagância da festa. A sensação é que estávamos num sonho surreal. Todos que estavam ali já tiveram oportunidade de estar em grandes eventos pelo mundo, mas nada comparado a essa festa, que foi considerada por todos como épica, a festa do século!
Confiram abaixo as fotos desse fim de semana inesquecível!!!
Bate-papo com Maurício Vasconcelos, criador e proprietário da empresa TJ – Tamu Junto Entretenimento – responsável pela criação e execução das festas de Ano Novo e de Carnaval em São Miguel dos Milagres, Alagoas.
Nosso bate-papo aconteceu no dia 02 de janeiro de 2016, na casa do próprio Maurício, em São Miguel dos Milagres – o lugar tem uma das vistas mais incríveis que já vi. Eu esperei ansiosamente por sete dias para entrevistá-lo e valeu cada segundo. Maurício Vasconcelos é definitivamente um nome para se ter em mente, não há dúvidas que o Brasil vai continuar ouvindo muito falar dele.
Empreendedor jovem, visionário com ideia sustentável de um negócio que movimenta milhões: ele prefere manter o negócio pequeno para não danificar a região. Poucos são como ele no Brasil e sua conduta empresarial deveria se tornar um viral entre jovens empresários.
A entrevista segue abaixo:
Gaby – Maurício, parabéns pelo evento! Fiquei surpresa com sua estrutura. Vocês esgotaram os ingressos em 20min quando os colocaram a venda na internet e foram considerados, pela terceira vez consecutiva, como um dos melhores Réveillons do Brasil. Como tudo isso começou?
Maurício – Eu estudei na FAAP em São Paulo e sempre gostei de reunir turmas. Foi daí que nasceu o Tamu Junto. Trazia os amigos para cá e nos anos seguintes os amigos queriam trazer os amigos e então resolvi fazer uma festa, que seria para 50 convidados e terminou que no final foram para 500 pessoas. No ano seguinte, resolvi fazer uma festa mais organizada em Maceió e o que era para ser uma festa para 500 convidados tornou-se para 1500. Depois disso, conversei com minha família e resolvi levar a sério essa coisa de festa, comecei a organizar eventos em Milagres e criei a TJ – Tamu Junto Entretenimento.
Gaby – A gente percebe nos eventos que a turma tem um alto nível, até porque o combo não é barato e o custo da viagem toda tampouco. Você tem uma preocupação de não popularizar o evento?
Maurício – Acho que temos um valor justo. Você que experienciou as festas, achou justo o que pagou?
Gaby – Acho que vale cada centavo. Fui a todos os eventos e não vi faltar nada durante toda a noite: uma superestrutura para nos receber, uma boa música. Aliás, tudo muito bem organizado e planejado. Fiquei impressionada.
Maurício – Não comportamos um grande número de convidados ainda devido à infraestrutura do local, então tentamos manter um nível para que possamos ter um evento deste porte.
Gaby – Como começou a parceria com a Fish Fire?
Maurício – Eles começaram produzindo uma festa e hoje produzem todas, ficando com uma percentagem do lucro das festas. Foi uma parceira que deu e tem dado certo. Passamos o ano aqui organizando tudo.
Gaby – Fiquei muito impressionada com todo o projeto sustentável do evento. Conversei um pouco com Felipe Bastos e Walmy Becho sobre isso. Gostaria que você também me falasse sobre esse projeto.
Maurício – Sempre tive uma preocupação de fazer um evento sustentável e não causar danos ao meio ambiente da minha região. Você deve ter notado que temos coleta seletiva por todos os lados nos eventos. Existem pessoas que as coletam sempre e levam para um setor criado em cada espaço de eventos para limpar e deixá-los prontos para reciclagem. Temos também uma Fossa de Vapotranspiração, inédita no país, que trata a água de banheiros e esgotos dos eventos. Existe uma qualificação do ISO chamada bandeira azul, que é a maior qualificação que uma praia pode ter. Enquanto Portugal possui mais de 100 praias com essa qualificação, o Brasil possui apenas 3. Estamos lutando para ter essa qualificação e acredito que com o nosso projeto vamos alcançar esse objetivo.
Felipe Bastos e Walmy Becho
Gaby – Como você consegue fazer todo esse projeto sustentável durante o ano todo? As propriedades são alugadas ou são suas propriedades?
Maurício – Todas as propriedades do evento são minhas e de minha família, o que facilita a viabilização do projeto.
Um pouco do projeto sustentável de Milagres
Gaby – O seu atendimento nos eventos é muito cordial, e isso me chamou muita atenção. Você faz algum preparo de atendimento com seus funcionários e pessoas da comunidade?
Maurício – Venho de uma família com histórico na área de hotelaria, mas nosso trabalho não é sobre atendimento e sim sobre valores. O valor da nossa terra, do nosso trabalho, das nossas praias, enfim, trabalhamos o ano inteiro com a comunidade nesse sentindo e vem dando certo.
Gaby – E nesse evento, quantos ingressos foram vendidos no total?
Maurício – Dois mil ingressos. Eu poderia ter vendido mais mil e ganhado mais dinheiro, mas se eu superasse a capacidade local de atender o público do evento faltaria água, energia e não é isso que eu quero. Buscamos fazer um trabalho em que o público saia satisfeito e queira voltar, e, se eu fizer isso, meu público não volta. Estamos trabalhando com a comunidade para atender um maior número de pessoas, e, quando isso for possível, o faremos.
DJ Pedro Almeida tocando no Pôr do Sol da Farofada
Gaby – É impressionante como seus eventos movimentam essa comunidade. Conversei com muitos nativos e todos têm um respeito e um carinho enorme por você e seu trabalho. Quanto o seu evento movimenta na região?
Maurício – Nosso evento movimento em torno de 100 milhões, pois existem milhões de entidades envolvidas: empresas aéreas, aluguéis de carros, aluguéis de casa, restaurantes, energia, água, etc.
Sambinha no Bar de Praia
Gaby – Você quase não faz publicidade do evento e tão pouco usa famosos para atrair pessoas para cá. Então, qual o segredo do sucesso do Réveillon dos Milagres?
Maurício – Eu sou muito criterioso e me empenho muito em tudo que faço. Gosto de tudo bem feito e organizado, sou perfeccionista. Mas acho que o segredo não está em trazer famosos, não quero essa publicidade, o segredo é a experiência proporcionada não só pelos eventos, mas pelo local. O que queremos é fazer as pessoas se surpreenderem e quererem voltar.
Gaby – E vocês conseguem mesmo. Já quero voltar próximo ano! E o que esperar do primeiro ano do Carna Milagres?
Maurício – Queremos trazer um pouco de volta os carnavais antigos. Teremos bloco de rua, vai ser diferente do Réveillon. No Réveillon vemos muitos grupos vindo, mas a intenção do Carna Milagres e atrair pessoas sozinhas para interagir com outras e não grupos.
*Os amigos que foram para o CarnaMilagres amaram!!
Gaby –E para o Réveillon do próximo ano, o que podemos esperar?
Mauricio – Um Réveillon ainda melhor que esse ano, pode ter certeza.
Gaby – Mal posso esperar!
*Todas as fotos estão na nosso sessão de eventos! Vale a pena conferir essa farra!!!
A parca verde-musgo é um dos maiores must-have da estação! Mas muita gente não sabe como aderir a essa trend. Então a gente vai dar algumas dicas com looks inspiradores para você não ter desculpa para aproveitar essa tendência!
Um desses looks, com certeza, tem a ver com o seu estilo! Check it out!!!
Parca: Gabriella Negromonte; Blusa Gola Rolê: BP Studio; Calça Capri: Zara; Escarpin: Miu Miu; Brincos: Kleber Jóias; Bracelete: Soupirstore; Óculos: Tom Ford.
Para você que pensava que essa peça não poderia ser aderida a um look clássico, a gente prova que pode sim! E olha que charme: a parca com uma blusa gola rolê e calça capri! O escarpin e acessórios dão um toque sofisticado ao look. E o cabelo levemente preso dá o toque final ao estilo clássico!
Parca: Gabriella Negromonte; Blusa e Calça: Karl Lagerfeld para Riachuelo; Tênis: Onitsuka Tiger; Brincos: Kleber Jóias; Choker e colar: Trudy’s; Óculos: Dior; Bolsa: Givenchy.
E que tal dar um toque modernoso ao seu look?! A gente usou um look total white e aplicou os acessórios do momento, chokers, tênis e óculos espelhado. O coque do momento faz toda a diferença e é super fácil de fazer. O segredo é deixá-lo meio messy! Fácil fácil de montar esse look! Curtiram?!
Parca: Gabriella Negromonte; Camiseta:H&M; Botas e Bolsa: Schutz; Brincos: Trudy’s; Anéis: Soupirstore; Echarpe: Karl Lagerfeld para Riachuelo; Cinto e Short: John John Denin
Esse look vai para a garotada ou para quem está com as pernocas em forma! A gente usou vários truques para deixar o look inusitado. Um deles foi usar um sutiã rendado colorido, dando um toque moderno – escolhemos um amarelo flúor, mas poderia ser qualquer outra cor forte. Usamos uma camiseta de malha com abertura frontal, mas nos dias mais frios vale colocar um cardigan para dar aquela aquecida. Dica: use o cardigan de uma cor só!
A echarpe é um item interessante, pois além de proteger o pescoço do frio, dá aquele toque invernal ao look. Usamos essa com tema (desenhos) que deixa o look mais jovial. Ficaria muito legal com skinny scarf também!
As botas over the knee, além de serem uma super tendência, dão uma aquecida ao look!
Ousamos nos acessórios e brincamos com um conjunto de anéis, usados lado a lado, outra grande tendência! O cinto com placas de metal dá um toque rock’n roll, enquanto a bolsa de franjas traz o estilo boho para fechar o look com esse ar fresco e jovial!
Parca: Gabriella Negromonte; Vestido: Zara; Botas: Le Lis Blanc; Brincos: Kleber Jóias; Choker e colar: Trudy’s; Óculos: Louis Vuitton.
Nesse último look, usamos a parca fechada para exaltar o detalhe do barrado do vestido em Richelieu. O vestido interno é acinturado, e a saia meio godê dá o charme ao look com a parca fechada! Mas, e aí, não tem um vestido com barrado legal?! Pode ser um tubinho liso, um vestido de renda, ou até mesmo uma saia rodada com detalhes que passe a altura da parca! Vai ficar lindo também!
As botinhas de cano curto trazem frescor ao look! O coque messy é fácil de fazer e deixa o look despretensioso. Os acessórios modernos são a chave da composição! Não ficou mara?!
Um tempo atrás, um amigo querido me enviou um vídeo no exato momento em que tinha acabado de descobrir que havia sido “usada” por uma “amiga”. Nada na vida é por acaso, ele não sabia de nada, mas de alguma forma estávamos conectados energeticamente e recebi esse vídeo.
O vídeo, feito pelo Padre Fábio de Melo, mostra que ter utilidade para alguém é um território perigoso, porque naturalmente achamos que o outro gosta de nós, só que, na verdade, está interessado no que fazemos por ele.
Refleti muito sobre esse vídeo. Ter utilidade é bom, todos temos que ter uma utilidade na vida. Mas vivemos numa era de troca de interesses, então como discernir uma relação que existe pela nossa utilidade de uma relação que de fato envolve sentimentos verdadeiros de amizade, amor, irmandade ou o que seja?!
Mas como não se envolver com pessoas que “se aproveitem” de nós? Como evitar que essa decepção ocorra?
A resposta é simples: não podemos prever o caráter das pessoas. E, sim, seremos usados em algum momento das nossas vidas. Entretanto, podemos nos prevenir de nos ferir, não nos abrindo demais ou nos entregando às pessoas que mal conhecemos. Preservar-nos é necessário.
Sejamos zeladores dos nossos próprios corações e de nossas vidas, pois as pessoas tendem a nos surpreender, de forma positiva ou negativa. Se, às vezes, pessoas tão próximas que já conhecemos há tempos podem nos ferir, imaginem aquelas que mal conhecemos.
Esse mesmo amigo que me enviou o vídeo também tinha sofrido uma decepção com um amigo e estava triste. Ele me deu um conselho que sempre carrego comigo: apesar da decepção, nunca podemos deixar de sermos nós mesmos.
Não pretendo perder minha essência jamais, mas o amadurecimento e as experiências diversas me fazem ser mais observadora, mais reservada, mais silenciosa e principalmente mais cuidadosa. Mas isso não significa que não serei usada pela minha utilidade, principalmente porque está muito difícil separar o gostar do “ser útil”. Parece que todas as relações têm como base a utilidade de uns para os outros: seja por essa pessoa ter os melhores contatos profissionais, ou por ter uma casa legal, que você pode passar um fim de semana, ou apenas para te dizer que te ama, te elogiar ou fazer você se sentir melhor.
Então, eu sempre me pergunto: “existem ainda de fato relações genuínas sem qualquer interesse?” Você se interessa por alguém sem qualquer utilidade?! I dont think so… Infelizmente, ou felizmente, as relações são trocas!
Mas excesso ou ausência de interesse na sua inutilidade pode e será útil para você diferenciar àqueles que lhe acompanharão ao longo de sua vida. E são essas pessoas que você vai querer ao seu lado até fim de sua vida.
Sabe quando você é pequena e tem aqueles sonhos que vai crescer, formar uma família e ser feliz para sempre?! Bom nem sempre os sonhos acontecem como imaginamos…
Nunca pensei que casaria para me separar um dia. Fiz de tudo ao meu alcance para evitar o inevitável, mas a separação aconteceu e lá estava eu, solteira, depois de 12 anos com meu parceiro. E ainda com dois filhos a tiracolo.
Preciso admitir que ser solteira com dois filhos me apavorou no começo. Como eu conseguiria cuidar sozinha de duas crianças?! Será que, com dois filhos, algum cara se interessaria por mim? Como iria trabalhar para sustentá-los? Eu me fiz milhões de questionamentos pós-separação.
Minha autoestima estava mais para baixa estima. Eu estava gordinha, com coração partido e a um pé da depressão. O que me fez levantar?! Minha família!
Que coisa fantástica foi ter uma grande mãe, que não me permitiu lamentar pela minha vida e me fez levantar a cabeça e lutar pelos meus bens mais preciosos: meus filhos.
Senti-me perdida por um bom tempo, sem chão. Porém, de fato, eu não tinha muito tempo para chorar, pois era mãe de um bebê de apenas cinco meses e de uma menininha de três anos. As noites perdidas eram mais longas que antes. Não que antes eu tivesse ajuda do meu parceiro, porque eu nunca a tive. Mas as noites eram mais longas porque eu não tinha mais uma família e isso me corroía por dentro. Meu sonho tinha sido destruído. Meu coração estava em migalhas e eu me sentia perdida.
O primeiro ano de separação foi um ano de conflitos. Eu me culpava de ter escolhido o homem errado para ser o pai dos meus filhos. Eu estava amargamente arrependida por ter largado a minha vida profissional na Europa por amor. Passei por muitos momentos de sufoco e cansaço e, sinceramente, não achei que fosse superar toda a minha dor e angústia.
Eu não nasci para ser mãe! Eu gritava nos momentos de desespero. Não sabia mais lidar com as constantes trocas de babás ineficazes, as infinitas noites perdidas, o desinteresse do pai pelo bem-estar dos seus próprios filhos, o cansaço, o stress do trabalho. Era demais para mim…
Mas eu tive que levantar e seguir a diante. Houve um momento que detestei ser mãe dos filhos dele e que queria voltar no tempo e mudar tudo, mas foram as minhas escolhas e eu as tive que encarar.
Iniciei fortificando minha autoestima. Voltei a malhar, comecei uma reeducação alimentar séria, foquei em mudanças no trabalho para ter mais tempo para meus filhos e finalmente a transformação na minha vida começou a acontecer.
Passei um ano cuidando de mim e de meus filhos. Descobri que eu tinha uma força que desconhecia. Eu me fortifiquei para ser a “pãe” que meus filhos precisavam.
Criar e educar duas crianças sozinhas são um grande desafio, e sei que não sou a única mulher do mundo que passa por isso. Muitas mulheres passam por isso e admiro cada uma delas.
Muitos homens, depois que se separam, esquecem seus filhos. Na maioria dos casos de separação, a mãe fica com boa parte das responsabilidades, a gente sabe disso. Claro que existem exceções – pais que fazem questão de participar da educação e da criação de seus filhos pessoalmente e financeiramente, sem fingir ser apenas bons pais nas redes sociais ou na frente dos amigos.
No meu caso, eu me vi responsável praticamente sozinha pelo sustento e pela criação dos meus filhos. Isso foi meio desesperador no inicio e confesso que ainda me dá um frio na barriga pensar que duas vidas dependem só de mim.
Conciliar o trabalho, que absorvia muito do meu tempo, com a criação de duas crianças foi muito difícil no começo. Não que seja fácil agora, mas a experiência foi suavizando as circunstâncias atenuantes. Eu perdia muitas noites trocando fraldas, dando leite às crianças, sem contar com as inúmeras viroses. Era e é uma loucura quando eles adoecem. Um fica doente e outro logo em seguida. Isso afeta muito nossa vida profissional, pois a agenda é mudada constantemente, o que para uma profissional liberal é muito ruim. Não é só a constante mudança na agenda profissional que interfere no seu progresso financeiro, mas principalmente a exaustão física e mental, que acaba diminuindo o nosso rendimento e concentração.
Bom, eu tive que aprender a driblar o cansaço e focar no trabalho, pois as contas chegavam todo mês e o custo de dois filhos é alto.
Eu acho que uma das coisas mais difíceis foi ter a casa cheia de estranhos. Sei lá, passei dez anos fora do Brasil, fazia tudo sozinha e de repente tive que me habituar com esse novo membro da família chamado: babá. Para ser bem sincera, acho que nunca vou me acostumar com as babás e não vejo a hora das crianças crescerem e não precisarem mais delas. Até lá, Deus me ajude e me dê paciência!!
E cá estamos nós, quase três anos após a minha separação. Continuo perdendo noites, não viajo como gostaria de viajar, meu tempo livre é divido entre ser pãe, trabalhar e fazer as coisas que gosto. Estou em fase de novos projetos, e esse site era um deles.
Se me arrependo da separação?! Nem por um minuto. Foi a melhor coisa que eu poderia ter feito por mim e pelos meus filhos. Eu nem lembro a última vez que estive tão bem comigo mesma como estou agora.
Continuo solteira por opção. No momento, não tenho muito tempo e espaço para um relacionamento. E também essas coisas acontecem de repente, quando menos esperamos. Curti muito a vida por um ano (depois daquele ano em que estive mais introspectiva), tirei um ano para ser feliz, sem me esquecer de todas as minhas responsabilidades. Fiz novos amigos, já que depois da separação acontece um afastamento natural dos seus amigos casados. Conheci muitas mulheres como eu, mães separadas e formamos um novo grupo de mulheres livres e felizes, mas com suas responsabilidades de mães.
Nunca sonhei em me casar de véu e grinalda e acho muito difícil começar a sonhar com isso agora. Namorar é ótimo, cada um em sua casa. Eu sou casada comigo e com meus filhos e está bom demais.
Meus filhos estão crescendo, tento ocupar os dias deles com a escola e atividades extracurriculares, como esportes. Diga-se de passagem, tem sido muito melhor do que deixá-los passar seu tempo livre grudados numa televisão.
Como Lily já tem quase seis anos, temos sempre uma tarde por semana para nós duas, então faço tudo o que ela quer nesse dia.
Ambos adoram desenhar como eu, então, vira e mexe e estamos todos sujos de tinta nos divertindo. Sempre encontro um jeito de me divertir com eles.
Eu não sei se sou a melhor mãe do mundo, mas eu faço tudo o que posso por eles. Ninguém nasce preparado para ser mãe e ninguém me avisou que ia ser tão difícil. Definitivamente ser mãe é padecer no paraíso e sei que esse “trabalho” nunca terá um fim. Aí você me pergunta: “você gosta de ser mãe?”.
Eu não sei se gosto de ser pãe, mas meus filhos são tudo pra mim. Passo a semana exausta, esperando o meu fim de semana de descanso e me pego chorando quando acordo num domingo em que eles não estão do meu lado. Todo cansaço e estresse que passo os criando são recompensados quando eles sorriem para mim e me chamam de mãe. Sinto um amor tão grande que não cabe em mim, daria minha vida por eles… acho que isso é ser mãe!!
Difícil conhecer uma pessoa que não ame ou que não sonhe em conhecer Paris. Esse era um grande sonho meu desde pequenininha: explorar a cidade mais linda do mundo!
Eu nunca vou esquecer o dia que coloquei meus pés naquela cidade pela primeira vez. Eu tinha apena 15 anos e estudava numa escola interna na Inglaterra. Meus pais deram uma liberação para que eu pudesse viajar. E qual seria meu primeiro destino?! Óbvio que era Paris!
Eu comprei um ticket de trem que passava pelo “Canal da Mancha” e fui para Paris na cara e na coragem, sem nem ter onde ficar. Tinha na mão uma lista de Hostels (Albergues da Juventude) e uma lista de lugares que precisava conhecer: Torre Eiffel, Champs Elysee, Montmatre, Louvre e etc.
A viagem de trem foi estranha (a vista sempre um breu), mas finalmente lá estava eu na estação de trem de Paris, fascinada pela ideia de ter viajado sozinha e poder conhecer a “cidade luz” do jeito que eu queria. Juro que me deu um frio da espinha, chegar num país que não conhecia, sem nem falar a língua, mas eu era tão audaciosamente aventureira que a minha alegria superava o meu medo.
Lembro-me de ter, antes de tudo, parado num orelhão (não existia celular naquela época) e ligado pra minha mãe:
“Mãe! Estou em Paris! Nem posso acreditar! Vou conhecer finalmente a cidade luz!!”
Minha mãe ficou emocionada e, claro, preocupada, pois eu só tinha quinze anos. Mas ela sabia de alguma forma tudo ia dar certo.
E deu mesmo! Foi uma das experiências mais fascinantes da minha vida!
A primeira coisa que fiz foi ir num dos Hostels e deixar minha mochila. E sempre tive facilidade para fazer amigos e conheci um monte de gente legal.
Isso era uma das coisas mais interessantes de ficar em albergues, sempre tinha muitos jovens exploradores como eu!
Mas saí sozinha para explorar a cidade, caminhei muito à beira do rio Sena antes de chegar à Tour Eiffel. Eu fiquei ali parada admirando aquela obra, sem palavras para explicar o tamanho da minha emoção! Para mim, aquela era uma demonstração de como era grandioso o poder do homem e quão pequeno éramos em relação ao mundo tão maravilhosamente criado por Deus.
Próxima parada foi o Museu D’Orsay para ver as obras de Monet! Eu era e sou fascinada por arte (aliás meu GCSE e Professional Cseriam especializados em Arte e Escultura), mas não só porque eu sempre desenhei, pois ir naquela cidade e ver tudo o que eu vi trouxe à tona a artista que existia em mim. O meu destino como designer de moda, de alguma forma, começou pelo meu interesse pela arte e foi nessa viagem que decidi que ia levar meu talento artístico a sério.
Do D’Orsay ao Louvre, eu me perguntava como em um fim de semana iria conseguir explorar todas as artes maravilhosas que aquela cidade me proporcionava. E claro, eu não iria conseguir. Precisei voltar muitas e muitas vezes para conhecer e absorver tudo o que Paris é!
Na Pont des Art assisti ao pôr do sol mais lindo da vida e foi naquele momento que decidi que dedicaria anos de minha vida a explorar o mundo!
Aquela viagem teve outro grande divisor de águas. Num café na Victor Hugo, pedi um chá (eu era muito natureba naquela época – vegetariana convicta!). Eles levaram 45 minutos para me servir e quando perguntei o que estava acontecendo, em inglês, eles riram e zombaram de mim em francês. Aquela situação me fez prometer para mim mesma que o francês seria uma das muitas línguas que aprenderia. E fiz outra promessa: voltaria àquele café falando francês e nunca mais ficaria sem resposta.
E acreditem: três anos depois voltei para aquele mesmo café, mas o meu pedido foi em alto e bom francês. Promessa cumprida! Paris falando francês era outra coisa, diga-se de passagem.
Voltei para a Inglaterra com outro olhar sobre a vida e com alguns objetivos bem definidos. Paris mexeu comigo de forma marcante e definitiva! É impressionante como uma viagem pode ser transformadora.
Já voltei muitas e muitas vezes a Paris. Na verdade, perdi as contas de quantas vezes já fui. Toda vez explorava algo novo, conhecia gente nova, aprendia algo inusitado. E ainda tenho uma lista de coisas que quero ver e conhecer.
Para vocês deixo dicas com os lugares clássicos e imperdíveis da cidade, pois Paris é um dos lugares mais inebriantes e embriagantes que já estive! E não vale só conhecer, tem que viver Paris. Prometo que, a cada vez que vocês forem, será uma experiência diferente!
Dicas de Restôs:
Cafe de Flore– um dos mais antigos e clássicos da cidade. Café de artistas, onde você sempre encontra gente linda!
Hotel Côstes– melhor cheesecake da vida! E a turma mais TOP da cidade frequenta o restô!
Le Grand Colbert– restaurante clássico maravilhoso. Lá foram filmadas cenas do filme “Alguém tem que ceder” (Something’s Gotta Give) com Diane Keaton, Jack Nicholson e Keanu Reeves. Quando fui, sentei por coincidência na mesa que eles filmaram. Muita Sorte! Eu pediria sem dúvidas o Chateubriand!
Cafe Ruc– Ótimo Fillet Bernaise com fritas! Mas tudo é bom, a começar pelo ambiente!
Le Gran Venice– restaurante pequeno e necessita fazer reserva com antecedência. Melhor italiano da vida!
Qualquer Cafe Ladureé– porque eles têm tradição em macarron!
Notre Dame– umas das igrejas mais lindas e importantes da cidade e do mundo!
Bairro Latino e Marrais – adoro explorar as lojinhas desses dois bairros. Mulheres, visitem as lojas Sandro Paris e Muge, são minhas favoritas!
Vida noturna
Hotel Côstes– sempre tem gente linda. Lugar chic e acolhedor! Aconselho para drinks e pré-balada! Na última vez que fui o jogador de futebol Zidane estava na mesa do lado! Super top!
Cafe Ruc– mesmo proprietários do Côstes. Adoro o clima de lá. Ótimo para uma pré-balada também.
La Montana– lugar petit e super exclusivo. Mega difícil de entrar. Fica na esquina do Cafe de Flore. Quando fui, conheci minha fashion Icon: Diane Kruger. Quase pirei! Sempre tem muitos artistas por lá.
Le Baron– discoteca chic e também difícil de entrar, mesmo proprietários do La Montana.
L’Arc– Adoro a vibe dessa disco, me lembra o Bagatelle do Brasil, só que maior. Melhor para After Party!
Onde Ficar
Plaza Atheneé– um dos grandes e clássicos hotéis da cidade!
Gabriella Negromonte: Estilista, Consultora de Moda, Consultora de Imagem, Empresária, Turismóloga, GlobeTrotter e curiosa!!!
Começo a escrever essa matéria já no meu bloco de notas do celular, pois ainda estou êxtase desses dias que passei Milagres – não podia deixar escapar a minha emoção de oito dias no Paradiso Perduto.
A minha jornada para São Miguel dos Milagres começou em julho, quando em um grupo de amigos, o Fernando Morbeck, um amigo baiano que mora em São Paulo, nos convidou para o “Réveillon dos Milagres”.
Foram cinco meses de planejamento e grande expectativa de todo o grupo (um total de 15 pessoas) que ficaria em minha casa, nomeada “Leaders House”(A casa dos líderes), já que havíamos criado um movimento chamado #FollowTheLeaders (Sigam os Líderes).
Os combos das festas de Milagres se esgotaram em 20 minutos quando colocados à venda no site do Réveillon de Milagres. Sim, eles só vendiam combos com seis ingressos de festas e não vendiam ingressos avulsos! A publicidade da TJ -Tamu Junto Entretenimento, produtora do evento, não está focada em atrair pessoas pelos famosos que passam por ali, mas sim pela experiência vivenciada no local. Por essa razão, minha curiosidade aumentava a cada dia, eu precisava entender de onde vinha tanto sucesso.
Quando um site local me convidou para cobrir os eventos, me comprometi a vivenciar profundamente todas as experiências de sete dias de festa. Missão dada para mim tinha que ser missão cumprida e aí que começava a minha jornada…
No vôo de Salvador para Maceió, no dia 26/12/2015, de apenas 45 minutos, estavam cinco dos 15 integrantes da casa. No aeroporto nos reunimos aos outros integrantes e começava a logística: mercado, carros, som, bebidas, tudo minuciosamente planejado pelos nossos Líderes Reinaldo Salomão e Geraldo Correia. Sugiro que quem tenha vontade de ir para Milagres, organize-se com antecedência, pois o lugarejo não tem estrutura ainda: o mercado, por exemplo, precisa ser feito em Maceió, pois não existem bons mercados naquela região.
A estrada era sinuosa, mas nem sentimos muito porque a emoção era muito grande e o que realmente nos importava era chegar e começar a maratona de sete dias de festa. A nossa casa era linda, arejada, com piscina, bem localizada e próxima de uma das melhores praias da região: a Praia do Riacho.
Galera reunida, tudo o que pensávamos era chegar no “Bar de Praia”. O acesso ao Bar pela Praia do Marceneiro foi fácil, já que nossa casa era bem localizada e levamos apenas 10 minutos. Lá coletamos o combo de convites das festas noturnas. Tudo em mãos, era hora da festa começar…
O “Bar de Praia” foi impecavelmente arquitetado pelo Estúdio BG de Felipe Bastos, Antônio Brandão e Murilo Gabriele, com decor de Walmy Becho. Uma coisa me chamou muito atenção logo na minha chegada: a preocupação pelo meio ambiente, a começar pela decoração, com a utilização de materiais recicláveis. Coletores de lixo seletivos espalhados por todo o bar e sempre alguém o coletando.
Eu, muito curiosa, quis mais informações sobre o bar e fui atrás de Felipe Bastos. Assim, batemos um papo sobre o projeto e ele me falou da preocupação em criar um lugar que atendesse o evento, mantendo a rusticidade do local e pensando na preservação do meio ambiente. Felipe me apresentou Walmy, que estava super orgulhoso e feliz com o resultado da parceria. E não era para menos, já que o local atendia muito bem as expectativas do público exigente – Lounges Privê para aqueles que buscavam exclusividade foram posicionados de frente para o mar, dois bares grandes atendiam o público, pequenos restôs fora do bar traziam uma alimentação rápida e diferenciada aos visitantes e ainda havia uma lojinha com os bonés do evento e outros acessórios. Tudo foi muito bem pensado e arquitetado.
Existia um problema com a conexão Wi-Fi e com funcionamento de celulares e cartões de crédito. Eles, muito inteligentes, criaram um sistema interno de cartão de crédito. Uma certa quantia era depositada nesse cartão e podíamos usar esse saldo no Bar de Praia.
Ainda nesse primeiro dia, conheci Maurício Vasconcelos, o idealizador de todo projeto do Réveillon e dono da TJ- Tamu Junto Entretenimento. Fiquei surpresa com sua simplicidade e carisma. Ele estava acompanhado de sua noiva e de PR, do projeto Ramona Zanon, ambos muito atenciosos e me contaram um pouco do projeto. Então, pedi uma entrevista, mas eles me deram a dica: que eu vivesse Milagres primeiro e depois então fizesse a entrevista. Só depois eu entenderia o porquê…
A festa então começou! Não pude acreditar quando vi, no alto do Bar de Praia, meu DJ favorito e um dos melhores do Brasil, Pedro Almeida. O primeiro dia não poderia ter começado melhor! Que energia contagiante!
Foram sete dias de festas diurnas no Bar de Praia e seis noturnas. A “Farofada” foi primeira festa do combo dos eventos noturnos e, diga-se de passagem, foi uma das mais espetaculares. O local era simplesmente de cair o queixo. Aliás, amanhecer com o aquele mar verde ao fundo e ao som do Dj Pedro Almeida foi simplesmente inesquecível. A festa começou com Jamil e Pedro fechou a noite com chave de ouro.
Preciso admitir que logística das festas foi uma coisa de primeiro mundo. Deixávamos o carro num estacionamento e já havia dezenas de vans aguardando para transportar os convidados, sem nenhuma espera. A festa foi recheada de muita gente linda e bebida não faltou a noite toda – lembro que as festas noturnas do combo eram Open Bar. A cerveja Corona, que era uma das patrocinadoras, montou pequenos Stands por toda a festa, oferecendo cervejas estupidamente geladas. Aliás, depois eu descobri que a Corona havia escolhido apenas três lugares do Brasil para patrocinar, aqueles que apostaram serem os melhores do país: Milagres, Fernando de Noronha e Trancoso. E acertaram em cheio!
No dia seguinte, com poucas horas de sono, o som da nossa casa já bombava: era a chamada para o terceiro dia do Bar de Praia. No dia 28 tínhamos reservado um Lounge Privê para o nosso grupo. Nesse Réveillon, Maurício e o os produtores da FishFire trouxeram muitas surpresas. Fui surpreendida a cada dia com um elemento novo e único. O atendimento do Lounge foi impecável, pois tínhamos uma garçonete exclusiva a nossa disposição. Resultado: bebida sempre gelada e comida de primeira. Achei bem interessante a maneira como eles vendiam a comida do Bar da Praia, pois garçons com bandejas com iguarias fresquinhas da região rodavam o bar e, caso quiséssemos adquirir, era só pegar e passar o cartão do evento. Achei isso o máximo! Antes de pensar em pedir, nossa fome era atiçada por delícias irresistíveis.
À noite tivemos a segunda festa do combo, a “Flower Power”, e juro que parei e pensei que não conseguiria levar adiante, nesse ritmo frenético, por mais 5 dias. Mas enfim, o negocio foi “Go with the flow”(seguir o fluxo). A segunda festa aconteceu na casa da fazenda de Maurício, lugar com uma vista espetacular, no alto de Milagres.
Acordo dia 29 destruída, mas simplesmente enlouquecida com a energia daquele lugar. É como se o nosso combustível fosse a energia e a alegria proporcionada por tanta gente linda e legal e pelas festas ultra organizadas. Mas mais ainda foi a curiosidade de saber o que mais viria pela frente.
Quarto dia de Bar de Praia com sambinha e à noite seria uma das festas mais esperadas e com certeza uma das melhores do combo, A “Oscar Party”, que já tem um rótulo de sucesso no Brasil e não decepcionou em Milagres. Mais uma vez vimos o sol raiar ao som de muita música eletrônica e uma vista que deixa uma marca na nossa memória.
Quinto dia. Já nem me lembrava do cansaço, já tinha pegado o ritmo intenso de Milagres e queria mais. A Festa do combo “I Believe in Miracles-Corona Sunset”, na Fazenda de Maurício, começaria mais cedo e não haveria Bar de Praia para nós. Na entrada, ganhamos chapéus estilo Panamá e assistimos a um dos pôr do sol mais lindos da vida. O palco foi da Corona e, mais uma vez, tudo muito bem estruturado. Houve uma pequena falha no som, mas uma pequena bobagem, porque as falhas são tão menores do que os acertos dos organizadores, que passam despercebidas. A festa acabou cedo, já que o dia seguinte seria a grande noite da virada.
A maior expectativa desses dias todos era a Festa do “Réveillon dos Milagres”. Nosso grupo resolveu ir a pé pela praia, já que o local da festa era próximo da nossa casa. No caminho, nos deparamos com cavaleiros com lanternas na mão para nos guiar à entrada da festa, mais uma das surpreendentes peripécias da organização do evento. Na porta havia uma pessoa da produção muito cordial e nos desejando um Feliz Ano Novo e uma ótima festa. A cordialidade e a gentileza foram características marcantes de quem trabalhava nos eventos. Essa pessoa da produção nos guiou até porta de entrada, onde logo fomos surpreendidos pela decoração de boas-vindas com quatro largas bacias de cordas, recheadas de sal grosso, e cestas de flores brancas para presentear Yemanjá na virada. Pulseiras de cordão brancas também foram distribuídas para enfeitar nossos pulsos.
Os looks dos convidados eram os mais variados, por isso uma das coisas que mais gostei em Milagres foi poder estar sempre despojada. Que delícia estar sempre de havaianas no pé! Algumas moças exageraram no look da noite, diga-se de passagem, mas a maioria estava de branco com vestidos frescos e coroas de flores na cabeça.
Numa Kombi, a DJ Marina Diniz agitava a galera, mas o set escolhido pela badalada Dj não agradou muito, esse foi o comentário geral. Preciso admitir que esperava uma DJ, ou um set melhor para dar a largada da noite mais almejada de Milagres. No espaço interno, tinha um bar e um buffet deliciosamente montado por Wanderson Medeiros. Tudo maravilhosamente projetado. Bebida e comida de primeira não faltaram durante a noite toda e, quando amanheceu, um café da manhã espetacular foi montado na mesma mesa.
E vem chegada a hora da virada, estávamos todos posicionados na beira da praia, perto de um letreiro enorme com os dizeres: “I Believe in Miracles”, slogan do evento. Como não podia faltar na virada, muitos fogos no céu iluminaram essa noite perfeita.
Corri atrás de quem estava na festa e para saber o que eles estavam achando sobre tudo. No Lounge dos organizadores, bati um papo com Victor Collor de Mello, que não poupou elogios ao grande empreendedor Maurício Vasconcelos. Rodrigo Santoro e Marcelo Serrado estavam ali pertinho, mas não quiseram ser entrevistados e fotografados. Maurício me disse que eles estavam ali apenas para curtir a festa.
Os DJs internacionais Gamber & Dadoni e, em seguida, The Juns assumem as pick-ups e a galera vibra. Em algum momento da festa, Maurício me chama e pergunta: “Gabriella, você ainda quer sua entrevista?!”, eu respondo: “Claro que sim, agora mais que nunca”. E marcarmos um encontro para o dia 02.
A noite da virada foi incrível, mas eu esperava mais dos Djs. Esperava um “Alok”, “Make u Sweat” ou “JetLag”. Vale ressaltar que os DJs brasileiros que não deixam nada a desejar para qualquer DJ de fora. Esperava também que a festa fosse até o meio-dia, reparem bem meu ritmo…rsrs, mas foi tudo maravilhoso, pois esse lugar, com essa produção, seria impossível que não fosse.
Primeiro dia do ano, festa privê do “Leaders House” (na minha casa) com os DJs E-Double, que foi até a manhã e acabou na piscina com as cariocas mais sangue bom que já conheci. Que delícia é reencontrar amigos e fazer novos. Tenho certeza que a energia daquele lugar proporciona isso.
Às 8:30 da manhã, do dia 02 de Janeiro, já estava de pé e ansiosa pra a entrevista com Maurício. E às 10h estava na sua fazenda como combinamos. E a entrevista/bate-papo segue em outra matéria na íntegra, não deixem de ler!!
Sai da entrevista com Maurício apaixonada por sua ideia de empreendedorismo sustentável e encantada por sua paixão pelo seu Estado. Acho que o segredo do sucesso desse projeto de Milagres, além de uma equipe que tem uma grande sincronia, é o amor de Maurício por aquele lugar. Morei em tantos países e já conheci tanta gente interessante, mas poucos como Maurício. Ele é um empreendedor que vai além do lucrar a qualquer custo, ele pensa no bem-estar e desenvolvimento da sua comunidade. Se tivéssemos mais homens assim, com certeza seríamos uma nação diferente. Não é a toa que ele É O Cara! Respeitado e admirado por todos daquela comunidade. O trabalho dele é único e preciso reconhecer que ele não é um cara comum, ele é um dos caras mais visionários que tive o privilégio de conhecer.
Depois da entrevista, nos reunimos para conhecer a Cozinha 212 de Victor Collor de Mello e Stefan Weitbrecht. Lugar agradabilíssimo, um dos melhores restô da cidade! Lembro que foi um projeto temporário.
Tomamos a melhor roska de limão siciliano da vida e passamos ali a despedida saudosa antes da última festa do combo, chamada “Esbórnia”. Victor e eu batemos papo, ele me disse: “Gaby, meus dias foram aqui trabalhando.” Virei fã do Victor, cara super educado, trabalhador, talentoso e muito modesto. Perguntou-me se havia curtido a comida e o local que ele montara, eu, por conseguinte achei tudo maravilhoso, só estava triste mesmo era de partir.
Partimos para a última festa um pouco tristes, meios saudosos, mas ao mesmo tempo muito felizes de ter estado juntos nesses oito dias incríveis. Quando a festa acabou e a música parou, a produção agradeceu a presença de todos e um coro ao fundo de todas as pessoas que ali estavam cantavam “a canção” que marcou todos esses dias: “Oração”, música da Banda Mais Bonita da Cidade. Foi tão emocionante que me arrepio só de lembrar. Tinha que ter um fechamento assim mesmo emocionante, arrepiante, inesquecível!
Fiquei parada lá com uns amigos pensando em toda essa experiência e, de repente, encontro Maurício e ele me pergunta: “Gostou?!”, e eu respondi: “Os melhores oito dias da minha vida!”, agradecendo a ele por ter criado esse evento. Minha vontade mesmo era de abraçá-lo e chorar (não sei se de alegria ou de tristeza) por esses momentos especiais terem durado apenas oito dias.
Sou Globe Trotter desde os 15 anos e já passei o Réveillon em tantos lugares diferentes, mas nunca, nunca mesmo tive uma experiência que se igualasse ao que vivenciei em Milagres. Eu acho que é isso que eles querem, que a gente viva a experiência Milagres! Só quem viveu sabe. Digo com todas as letras, quando me perguntam como foi o seu Réveillon: “O melhor da minha vida! Volto todas às vezes que puder!” e, como acredito em Milagres, acho que vou voltar muitas vezes para viver Milagres.
*Todas as fotos estão na nosso sessão de eventos! Vale a pena conferir essa farra!!!
Marcamos uma entrevista numa tarde de sexta no restaurante Amado, onde Fabricio comandava não apenas a cozinha, mas onde também revolucionou a maneira de gerir e atender de um dos restaurantes de maior renome da Bahia e do Brasil.
Mas na tarde anterior à entrevista, por coincidência, nos encontramos no aniversário de um amigo em comum. Eu meio que não resisti e comecei a entrevista ali mesmo, já que ele estava acompanhado de sua amada e futura sócia Lisiane Arouca, do seu restaurante Origem.
Era para ser uma entrevista e fui cheia de perguntas, mas ele foi respondendo uma a uma, narrando a sua saga, sem mesmo eu precisar lhe questionar.
Fabricio tem uma daquelas histórias que gostamos de lembrar quando estamos passando por dificuldades na vida. Como ele mesmo diz, “nada foi fácil, nada caiu do céu”. Tudo o que ele conseguiu foi por sua árdua e diária luta e por acreditar no seu potencial e nos seus sonhos.
Garoto de classe média, nascido no Bonfim, filho de engenheiro civil e de coordenadora de escola. Teve educação militar rígida e, foi no acaso, na loteria, literalmente, que sua vida tomaria outro rumo.
Não, ele não ganhou milhões na loteria, mas ganhou a chave da virada do seu destino. Seu irmão mais velho, que morou um período nos EUA, se inscreveu num programa para conseguir o green card e foi sorteado. Depois de um longo processo, seu pai foi aos EUA levar os documentos exigidos pelo governo americano.
Fabricio e seu outro irmão foram avisados que precisariam se apresentar nos EUA em um curtíssimo período de tempo e eles não tinham dinheiro para isso. Conseguiram que uma tia pagasse a passagem no cartão dela, mas sua mãe teria que abrir mão do seu green card pela falta de recursos financeiros. E então, numa madrugada, Fabricio e seu outro irmão tiveram que correr para os EUA para concretizar o processo, mas mal sabia ele que sua vida nunca mais seria a mesma.
Ele começava ali sua trajetória de muito sofrimento, muito trabalho – com apenas mil dólares no bolso e 17 anos de idade. Uma trajetória que resultaria numa história de sucesso.
Ele experienciou de tudo. Viveu na casa de um psicótico nicaraguense do exército logo quando chegou nos EUA, mas com a ajuda de uma amiga da Bahia conseguiu seu primeiro trabalho, onde começaria a trabalhar em uma cozinha profissional. Mas esse não seria seu primeiro contato com a cozinha: Fabricio vem de uma família de cozinheiras e a necessidade fez que ele tivesse esse primeiro contato. Sua mãe tinha que trabalhar de dia e de noite, e desde cedo ele aprendeu a se virar na cozinha, improvisando, criando e aprendendo a gostar de cozinhar.
Mas de volta ao seu primeiro trabalho, lugar onde começa sua trajetória como chefe – mas claro que como um estrangeiro recém-chegado aos EUA, que mal falava a língua, não era como chef que ele havia de começar. Ele passou dois anos recolhendo lixo e lavando pratos e, durante seu tempo livre, aprendia a função de cozinhar. Porque quem tem fome de vencer faz isso.
Certo dia, o responsável pelas massas faltou e ele assumiu o setor – foi ai que esse garoto que sonhava em seguir a carreira militar começar a trilhar o seu destino. Essa foi a sua oportunidade de mostrar que tinha talento: ele deixou de ser o cara do lixo, sempre ignorado pelos colegas, para se tornar um Chef de Cozinha.
Foram cinco anos nesse restaurante. O garoto que começou lavando pratos saiu de lá como supervisor e braço direito do dono. Ele sentia que o ciclo havia fechado após esse período e estava na hora de dar o próximo passo que seria uma formação técnica.
No Google ele achou o curso da “Le Cordon Bleu” e, nessa mesma época ele conheceu Augusto Soledade, um dançarino, coreógrafo dono da Brasil Dance Theatre. Os dois se conheceram numa sexta-feira, em um carrinho de acarajé onde os baianos se reuniam em Miami para matar as saudades de casa. Augusto apadrinhou Fabricio e se tornou quase um pai para ele, o estimulou e o guiou para conseguir sua formação.
O curso de culinária custava cinquenta mil dólares. Uma parte ele conseguiu com um empréstimo do governo e a outra parte por empréstimo pessoal. O período de estudos duraria dois anos e meio, sendo seis horas por dia. Mas ele precisava se manter e pagar a dívida, então depois da escola trabalhava em outro restaurante.
A escola era dura e rígida, mas ele conseguiu se formar com honras por suas notas e por seu trabalho exemplar. Do Cordon Bleu, ele saiu direto para o Ritz Carlton, onde ele queria trabalhar por acreditar que este oferecia um número maior de possibilidades de crescimento. Mas ele ainda não podia fazer estágio porque precisava se manter e pagar sua dívida.
Ele bateu à porta do Ritz e, como ele mesmo fala “nada foi fácil para ele e não havia de ser desta vez”. Ele queria ter começado como Chef, tinha formação para isso, mas o que eles ofereceram foi o trabalho como terceiro cozinheiro.
Ele diz que foi aí que ele se formou como Chef de verdade. Ele foi subindo a escadinha da hierarquia até chegar ao cargo de Chef. Passou por hotéis de renome, como o Ritz Carlton, Key Biscayne, Coconut Grove e Amelia Island. Em cada deles um adquiriu uma know-how diverso. Mas foi numa hamburgueria que ninguém queria trabalhar porque fazia muito calor, a cozinha era externa, não havia glamour e se trabalhava comendo carvão (a finalização do hambúrguer era no carvão), que ele começou a colocar em prática seu conhecimento com criatividade. Ele revolucionou a hamburgueria com suas criações audaciosas, como o hambúrguer de Kobe Beef com Fois Gras e geleia de uva; o hambúrguer de dourado fresco (Mahi-Mahi); o hambúrguer de siri, etc. E foi ai que ele ganhou o titulo de Chef. Ele lotava a casa com suas criações!
Sua última experiência nos EUA como Chef foi na Amelia Island, no restaurante contemporâneo Salt, um dos poucos ainda no formato “Fine Dine” do grupo Ritz. Seu irmão escreveu para o Planeta Brasil – programa da Globo Internacional que fala sobre imigrantes que fazem sucesso fora do Brasil – contando a história de Fabricio.
Fabricio sempre teve vontade de voltar para o Brasil, era aqui que ele queria fazer sucesso. O Brasil sempre esteve presente nos sabores das suas criações e ser reconhecido por seu trabalho na sua terra natal era seu grande objetivo.
Ele tentou ser Chef em alguns restaurantes em Salvador enquanto ainda estava nos EUA, mas acreditem, mesmo com toda a sua formação, eles ignoraram seu talento.
No Salt passou um ano. Foram oito anos na cadeia Ritz Carlton e treze anos nos EUA. Era hora de retornar para o Brasil. Ele vendeu tudo o que tinha e voltou para casa.
Seu primeiro trabalho em Salvador foi no “Mistura”. Ele começou refinando o menu e o sucesso veio logo em seguida, mas confessa tristemente que nunca foi reconhecido como Chef, apesar do sucesso alcançado no restaurante.
Fabricio queria reconhecimento, seu interesse nunca foi financeiro – e ele viu essa oportunidade no Restaurante Al Mare. Eles deram carta branca a Fabricio, acreditaram e apostaram no talento dele. Ele ousou e revolucionou por acreditar no produto fresco, feito na hora e na sua apresentação sofisticada, sempre levando sua marca registrada: a alquimia de sabores. O restaurante foi eleito por três vezes o melhor restaurante de Salvador pela revista “Comer & Beber”, da Veja, enquanto tinham Fabricio como seu Chef. Bateram o record de faturamento de quase um milhão por mês e a mesma revista o premiou como Chef do Ano em 2014.
Foi numa viagem com Edinho Engel (Chef e Proprietário do Amado) que surgiu o convite para Fabricio assumir o Amado. Ele pensava que encontraria uma Ferrari pela frente e, mais uma vez, se deparou com inúmeras dificuldades, precisando colocar a casa em ordem. Ele aplicou seu conhecimento e técnica de gestão, além de optar por produtos sazonais, ousando em mudar um menu que já existia há muito tempo. De 65 pratos, o restaurante passou a oferecer 30, dos quais ele mudava constantemente. Sofreu resistência, mas não abriu mão dessa mudança. A ideia é sempre surpreender os clientes. Ele passou um bom tempo organizando a casa, mas só agora, após um ano e alguns meses estruturando o restaurante, que ele haveria de colher os frutos maiores do seu trabalho, ele resolve abrir seu próprio restaurante. Atualmente Fabricio também está alçando vôo para partir numa viagem em direção ao seu sonho maior: ter seu próprio restaurante.
Nesse momento eu o questiono:
– Mas Fabricio, depois de tanto trabalho você não vai ficar para colher os frutos maiores?
Ele me responde:
– Eu nunca almejei o dinheiro, minha vinda para cá foi projetada, queria ter reconhecimento e visibilidade nacional. Ganhamos o melhor restaurante do nordeste em 2015. Ganhei o prêmio Chef Revelação do Brasil pela Revista Prazeres da Mesa, também em 2015. Ganhei o Prêmio por Alex Atala, em São Paulo. E agora que esse reconhecimento nacional aconteceu está na hora de abrir meu próprio negócio. Eu ainda acredito que o meu papel é de alavancar a gastronomia baiana formando profissionais. (Edinho sempre soube desse objetivo de Fabricio abrir seu próprio restaurante e reassumiu o Amado em junho de 2016).
E ele tem feito isso. Ele tem mudado a estrutura de vários restaurantes na Bahia através da sua consultoria e técnica em gestão de restaurantes. Ele vê isso como uma missão, será o seu legado!
E falando do seu restaurante, precisamos falar de Lisiane Arouca, sua futura sócia nessa empreitada. Fabricio conheceu Lisiane há três anos, em um curso de culinária. Ela estava recém-separada e com duas filhas. Eles ficaram amigos, mas não demorou muito para se envolverem. Lisiane, também Chef, especialista em doces, fazia parte da equipe 4 Chefs.
E foi buscando um novo ateliê para ela que eles encontram um lugar para criar não só um ateliê, mas um restaurante. Serão 50m3 de salão mais a área de serviço. O desenho da cozinha é de Fabricio, mais um de seus talentos!
“Origem”, esse é o nome do restaurante desse grande batalhador, um Chef que tenta revolucionar a culinária com produtos simples e sazonais. Origem remete à busca a suas origens, a simplicidade dos elementos. Mas não espere encontrar um escondidinho lá. Ele usará sim todos os produtos típicos da sua terra, mas de outra forma. No vídeo feito pelo Planeta Brasil, eles o chamam de alquimista culinário. E é bem por aí, ele cria pratos sofisticados, principalmente inusitados, com elementos simples.
Além de ser um grande Chef, ele é, antes de tudo, um grande homem, um grande guerreiro. Seu restaurante terá papel importante no treinamento e aperfeiçoamento de profissionais do ramo. Sorte daquele que puder absorver um pouco do seu conhecimento. E que sua técnica se dissemine e que venha assim uma nova era nos restaurantes baianos. Recordem-se do que estou falando, um dia teremos Fabricio como um dos revolucionários da cozinha baiana e brasileira. E que assim seja!
Que o Origem nos enfeitice com seus sabores e que tragam ainda mais prosperidade para esses dois grandes Chefs, porque ele são merecedores!
Eu prevejo sucesso!
Fabricio e Lisiane abriram o Restaurante Origem no dia 28 de julho de 2016 com sucesso e lista de reservas esgotadas por semanas!