Inutilidade útil

SCRAPBOOK
JULHO 08.2016

inutilidade

Um tempo atrás, um amigo querido me enviou um vídeo no exato momento em que tinha acabado de descobrir que havia sido “usada” por uma “amiga”. Nada na vida é por acaso, ele não sabia de nada, mas de alguma forma estávamos conectados energeticamente e recebi esse vídeo.

O vídeo, feito pelo Padre Fábio de Melo, mostra que ter utilidade para alguém é um território perigoso, porque naturalmente achamos que o outro gosta de nós, só que, na verdade, está interessado no que fazemos por ele.

Refleti muito sobre esse vídeo. Ter utilidade é bom, todos temos que ter uma utilidade na vida. Mas vivemos numa era de troca de interesses, então como discernir uma relação que existe pela nossa utilidade de uma relação que de fato envolve sentimentos verdadeiros de amizade, amor, irmandade ou o que seja?!

Mas como não se envolver com pessoas que “se aproveitem” de nós? Como evitar que essa decepção ocorra?

A resposta é simples: não podemos prever o caráter das pessoas. E, sim, seremos usados em algum momento das nossas vidas. Entretanto, podemos nos prevenir de nos ferir, não nos abrindo demais ou nos entregando às pessoas que mal conhecemos. Preservar-nos é necessário.

Sejamos zeladores dos nossos próprios corações e de nossas vidas, pois as pessoas tendem a nos surpreender, de forma positiva ou negativa. Se, às vezes, pessoas tão próximas que já conhecemos há tempos podem nos ferir, imaginem aquelas que mal conhecemos.

Esse mesmo amigo que me enviou o vídeo também tinha sofrido uma decepção com um amigo e estava triste. Ele me deu um conselho que sempre carrego comigo: apesar da decepção, nunca podemos deixar de sermos nós mesmos.

Não pretendo perder minha essência jamais, mas o amadurecimento e as experiências diversas me fazem ser mais observadora, mais reservada, mais silenciosa e principalmente mais cuidadosa. Mas isso não significa que não serei usada pela minha utilidade, principalmente porque está muito difícil separar o gostar do “ser útil”. Parece que todas as relações têm como base a utilidade de uns para os outros: seja por essa pessoa ter os melhores contatos profissionais, ou por ter uma casa legal, que você pode passar um fim de semana, ou apenas para te dizer que te ama, te elogiar ou fazer você se sentir melhor.

Então, eu sempre me pergunto: “existem ainda de fato relações genuínas sem qualquer interesse?” Você se interessa por alguém sem qualquer utilidade?! I dont think so… Infelizmente, ou felizmente, as relações são trocas!

Mas excesso ou ausência de interesse na sua inutilidade pode e será útil para você diferenciar àqueles que lhe acompanharão ao longo de sua vida. E são essas pessoas que você vai querer ao seu lado até fim de sua vida.

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